Existe o Líder Nato?
- Thiago Barcelos
- 29 de jul. de 2022
- 5 min de leitura

Existe o Líder Nato?
Início com o resgate do que é a liderança na minha definição e entendimento: “Liderança é a participação recíproca, aberta e respeitosa de um líder com os seus liderados...”
Mas nem sempre podemos seguir uma definição clara e objetiva, pois em minhas experiências na liderança de pessoas, vários foram e serão os momentos que devemos nos adaptar continuamente na nossa forma de liderar. Primeiramente, porque somos seres humanos e cada um com o seu temperamento e jeito de ser. Em segundo lugar, as adaptações podem ser necessárias devido à cultura, características específicas da atividade, tempo em que ocorre e situações de momentos difíceis, tanto pessoais quanto no trabalho. Adaptação que é normal e necessária a líderes e funcionários, que sempre deverão aplicar na execução de atividades em qualquer ação de suas vidas. Por isso, a melhor forma de lidar com contextos diferentes é realizar ações contínuas de Adaptação e Recomeço, pois muitos nasceram com facilidades para estas atribuições (nato) e outros não (inato). E este é o objetivo deste artigo em dissertar sobre estas duas características.
Líder nato, realmente existe?
Usando definições mais simples das duas palavras:
Nato: ato de nascer; nasceu com facilidades de entendimento e execução de determinada atividade. (Artista Nato, Músico Nato, Líder Nato, Empreendedor Nato, etc.)
Inato: ato de não nascer com determinadas facilidades e entendimento, mas com a capacidade de também desenvolvê-las. (Vários Artistas, Músicos, Jogadores de Futebol, não nasceram com o talento nato, mas com disciplina e persistência usaram e desenvolveram a capacidade daquele talento desejado).
Desta forma e na minha opinião e experiência, nascemos sim com qualidades e virtudes que nos ajudarão nas atividades de liderança e relacionamento com equipes. São vários os exemplos e fatos de grandes talentos, conforme citado anteriormente, que independentemente da situação social ou base familiar, não deixam de ter a facilidade e ações reconhecidas naquele talento nato que possui. Às vezes, erroneamente, alguns acham que apenas aqueles com condições melhores (educação, família, situação financeira, etc.) são os que desenvolveram/desenvolverão seu talento nato. Mas entendo que isto não é regra. Quando alguém já nasce com qualidades natas, nem mesmo a ausência de facilitadores ou oportunidades impedirão que em algum momento seu talento seja evidenciado. São vários os talentos que vem de situações mais diversas da base familiar (filhos que não tinham pais, famílias que não tinham acesso à educação, problemas familiares etc.) e mesmo assim irão destacar em algum momento de sua vida, em que seja necessária a aplicação e utilização deste talento.
Mas trazendo para o nosso tema liderança, então líder é apenas os que já nascem com as características de boa liderança?
Não. Pois existe também a definição do “Inato” como vimos no início “desenvolver determinada capacidade”. Quantos são os profissionais talentosíssimos que vieram de situações e condições inferiores ao normal, sem as características natas e mesmo assim atingiram índices e resultados de grandes profissionais. Estas pessoas carregavam a grande capacidade de desenvolver as habilidades necessárias, sendo que na maioria destes profissionais podemos perceber duas principais características que são o propósito e a perseverança para vencer as dificuldades, evoluir e nunca desistir. E desta forma com a vontade e perseverança necessária, conseguimos também nos desenvolver para uma boa liderança de pessoas, destacando que para ambos os casos (Nato ou Inato) deve-se ter o foco e desenvolvimento dos valores humanos em sua equipe e em suas atitudes.
E quais são as atitudes que me fizeram e fazem até hoje sustentar esta relação e postura junto aos liderados?
É saber que o atingimento dos resultados em uma liderança leva tempo tanto para o “Líder Nato” quanto ao “Líder Inato”, pois são muitos os detalhes que precisam ser entendidos entre as atividades e o jeito de ser de cada integrante de sua equipe. Uma ação primordial que faço em toda equipe que vou liderar, é um bate-papo de 30 minutos no qual faço as seguintes perguntas:
Me fale da sua pessoa? (A pessoa fala o que quiser e sentir à vontade, como religião, família, hobby, orientação sexual etc..)
Suas principais características e formação técnica?
Quais são suas expectativas de vida e carreira – onde você quer chegar?
Quais os pontos positivos e os que precisam ser melhorados neste ambiente (equipe, projeto, contrato etc.) que iremos iniciar? Esta última pergunta geralmente é adaptada ao escopo que atuarei com a equipe.
E o novo integrante da equipe sabe antes do início do bate-papo, que após ele terminar, eu também responderei as mesmas perguntas me apresentando. E é neste momento que se inicia o primeiro passo para a aproximação e relacionamento de confiança entre seres humanos (líder e liderado), no qual grandes características e variáveis são identificadas, para atenção e observação contínua do líder na manutenção da saúde organizacional do seu time. É com base nas informações e percepções deste momento que você poderá guiar as decisões e posturas corretas e aderentes a cada pessoa da sua equipe. Como exemplo:
Profissional está chegando atrasado: ele é aquele profissional que comentou que está com recém-nascido em casa, ou precisa pegar mais do que dois transportes para chegar ao trabalho = porque não tentar adaptar um melhor horário para ele?
Profissional está com temperamento alterado nos últimos dias: ele comentou que estava fazendo um tratamento de saúde = avaliar a carga de trabalho ou alterar temporariamente as atividades executadas pelo profissional ou oferecer alguns benefícios de apoio a saúde?
Além da primeira técnica de bate-papo que compartilho com vocês, não só o que coletamos nos dará o insumo para nossas ações e reações de liderança, mas também a nossa perseverança e paciência de líder tem que ser de alta intensidade e maturidade para nossa observação e sensibilidade junto ao nosso time. Quando focamos primeiro nas pessoas, buscando esta cooperação, respeito, ajuda e motivação, os resultados se tornam consequência e podemos por mais tempo atingir um número maior e diferenciado de objetivos que quisermos, pois tudo será executado com prazer e satisfação pela equipe. Sempre falo que existe um tripé na nossa motivação e satisfação em trabalharmos bem e felizes. São eles:
1 - Saúde: Base principal e primordial. Se não estamos bem, não conseguimos atender nem o essencial;
2 - Família: Dependência emocional mútua em que todos dependem de você (cônjuge, filhos, pai, mãe, etc...) e você depende de todos. Existem laços e vínculos amorosos inexplicáveis e que normalmente só estão amparados por regimento/regra de empresas que possuam a visão e foco em pessoas;
3 – Trabalho em Equipe: Se 1 e 2 estão bem, basta agora cumprir suas responsabilidades com qualidade e ter a chance de ter um verdadeiro líder. Líder que não se importará apenas com o 3, mas lembrará primeiramente dos tópicos 1 e 2 no apoio de qualquer dificuldade que seus profissionais venham a passar.
Concluo este artigo incentivando a todas as pessoas (com talento nato ou inato) que tenham a vontade/necessidade de liderar, que foquem em desenvolver suas virtudes humanas, que são a base para as grandes ações e variáveis por meio das quais observaremos e guiaremos as pessoas que trabalharão conosco. E o adicional principal que também compartilhei, que é o “Bate-Papo Inicial”, completará esse primeiro passo, criando a abertura de um diálogo e a construção da confiança mútua entre líder e liderados. Assim, você começará correto como líder e deixará também a sua equipe mais forte e segura em enfrentar qualquer tipo e nível de desafios.
E você concorda com estes posicionamentos que compartilho? Vamos engradecer este assunto e ajudar a todos que queiram ser um melhor líder no futuro? Comentem neste artigo.
Thiago Barcelos
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